Meu Estúdio Maravilhoso
Uma Aventura da Bíblia: Um Cântaro, Uma Tocha e a Espada do Senhor
Sexta-feira, Julho 16, 2021

Uma dramatização de Juízes 6–7

Era um momento triste para Israel. Eles já viviam na Terra Prometida, mas a situação tornara-se insuportável enquanto o povo lutava para sobreviver aos constantes massacres de seus inimigos.

Como os israelitas adoravam falsos deuses e ídolos, e não expulsavam os pagãos perversos e ímpios da terra, Deus havia permitido que os crueis midianitas e amalequitas insurgissem contra eles.

“Sete anos de saques às nossas colheitas!” disse Joás ao seu vizinho Rachamim, cujos campos encontravam-se na fronteira com as terras dos asbiezritas. “E não só aos nossos grãos, mas ao nosso gado, ovelhas e jumentos também!”

“Não podemos esperar menos que isto,” murmurou Rachamim. “Sabemos que nós—o povo de Israel—somos culpados.”

Joás deu um suspiro. “É verdade. Deus nos disse através de Seu profeta que esses ataques dos midianitas são resultado de nossos pecados e adoração a Baal. Que coisa mais vergonhosa fizemos... e só nos trouxe tristeza e infortúnio.”

Rachamim meneou a cabeça pensativamente. “Temos que nos arrepender e esperar que Deus tenha misericórdia de nós.”

“Concordo,” disse Joás. “Não temos mais como sobreviver a esses ataques.”

* * *

Certo dia, Gideão, filho caçula de Joás, moía o trigo colhido por seu irmão uma hora antes. Ele gostava desse momento quieto trabalhando com as mãos mas com a mente livre para pensar nos tempos de paz e prosperidade de Israel. Como ele ansiava voltar a viver assim, quando ele e sua família não viviam em fuga constante da perseguição dos midianitas.

“É mais seguro ficar perto de casa,” disse-lhe seu irmão. “Trazer o trigo do campo para você moê-lo em casa significa menos chances de me deparar com os bandidos midianitas que estão por toda a parte.”

Enquanto refletia, Gideão ouviu detrás uma voz mansa que lhe dizia com autoridade, “O Senhor é contigo, homem valoroso!”

Gideão deixou o trigo que estava moendo cair das mãos. Voltou-se e percebeu imediatamente que aquele homem era santo—um anjo do Senhor.

A frustração dos últimos sete anos nos quais Gideão refletia naquele momento veio à tona de maneira quase incontrolável. “Se Deus é conosco, como você diz, por que todo este mal nos sobreveio? E todos os milagres que nossos pais nos contaram?”

O anjo permaneceu sereno. “Deus me enviou para lhe dizer que você salvará Israel dos midianitas.”.

Gideão piscou e balançou a cabeça. Será que tinha ouvido direito? Como aquele anjo podia esperar isso dele?

“Meu senhor,” disse. “Como é que eu vou salvar Israel? A minha família é a mais pobre de toda a tribo de Manassés, e eu o mais novo da minha família.”

“Deus vai estar do seu lado,” respondeu o anjo, “e você vai derrotar os midianitas tão rápido como se fossem um só homem.”

Gideão queria acreditar nas palavras do anjo, mas precisava de uma certeza. Tenho que pedir um sinal a Deus que prove que sou aquele que Ele usará para livrar Israel, pensou.

“Se agora tenho achado graça aos teus olhos, por favor, dá-me um sinal,” disse. “Daqui não te apartes até que eu lhe prepare uma oferta.”

“Eu esperarei,” respondeu o anjo.

Gideão preparou uma oferta de um cabrito e pães asmos, e a levou ao anjo, que lhe pediu para colocar a oferta em cima de uma pedra. O anjo tocou a carne e os pães com seu cajado, e imediatamente subiu um fogo da pedra que consumiu a oferta de Gideão. O anjo então desapareceu.

“Eu verdadeiramente vi o anjo do Senhor!” disse Gideão caindo de joelhos.

Naquela noite, Gideão voltou a ouvir a voz de Deus lhe dizendo, “Derruba o altar de Baal que é de teu pai e edifica ao Senhor teu Deus um altar.”

Gideão ficou assustado, mas determinado a obedecer, e convocou dez servos de seu pai para ajudá-lo. Na manhã seguinte, levantando-se os homens daquela cidade encontraram o altar de Baal derrubado e um novo altar para Deus erguido com um boi recém sacrificado sobre ele.

“Quem fez isto?” perguntaram.

“Foi o filho de Joás, Gideão,” responderam alguns.

Irados e gritando, uma multidão de adoradores de Baal cercou a casa de Joás. Apesar de muitos israelitas que haviam ouvido a mensagem do profeta terem começado a se arrepender, outros ainda adoravam a Baal.

“Gideão deve morrer por ter destruído o santo altar de Baal!” — Gritaram.

Joás, que havia se arrependido da adoração ao deus Baal, falou à multidão. “Vocês estão mesmo defendendo a causa de Baal? Se Baal é verdadeiramente um deus e estiver zangado por causa do altar, ele fará alguma coisa ele mesmo. Não precisa da ajuda de vocês!”

A multidão então se dispersou.

* * *

Pouco depois, Gideão enviou mensageiros para convocarem homens de Israel para lutarem contra seus inimigos ímpios. Muitos falavam do jovem que ia livrar Israel. Homens vieram de todas as partes para se unir ao exército de Gideão, até chegar a 32 mil homens. Gideão voltou a pedir um sinal a Deus.

“Eu porei um velo de lã na terra,” disse Gideão ao Senhor, “se o orvalho estiver somente no velo, e toda a terra ao redor ficar seca, saberei que hás de entregar os midianitas em minha mão, como disseste.”

No dia seguinte, Gidão se levantou cedo para conferir o velo de lã. Toda a toda a terra estava seca, mas ao espremer o velo conseguiu encher uma taça de água. Deus havia feito o milagre que Lhe pedira.

Mas Gideão, talvez por sentir a responsabilidade do destino de toda uma nação sobre seus jovens ombros, pediu mais uma confirmação.

“Não se acenda contra mim a Tua ira,” disse. “Mas rogo-Te que só esta vez faça a prova com o velo; rogo-Te que só o velo fique seco, e em toda a terra haja o orvalho.”

Naquela noite, Deus atendeu ao pedido de Gideão. O velo estava seco e toda a terra molhada com o orvalho da manhã.

Na manhã seguinte, o exército de Gideão se pôs a caminho do norte, onde os midianitas estavam acampados perto do outeiro de Moré. Ao chegarem à fonte de Harode, Deus falou a Gideão.

“Muito é o povo que está contigo para eu dar aos midianitas em sua mão,” disse Deus. “Para que Israel não se glorie dizendo: ‘A minha mão me livrou,’ vá e anuncie que quem for medroso e tímido, volte para suas casas.”

Depois de ver os sinais, Gideão teve firme confiança em Deus. Transmitiu a mensagem do Senhor ao exército e, pouco depois, restavam-lhe 22 mil homens—mais de dois terços de seu exército!

Mas aquela havia sido apenas a primeira prova.

“Ainda há muito povo para Eu fazer com que ganhem a batalha,” disse o Senhor a Gideão. “Faça-os descer às águas, e ali os provarei.”

E assim, quando os homens foram beber água, o Senhor disse a Gideão para enviar para casa todo aquele que se ajoelhasse e colocasse a boca na água para beber, mas separasse para a batalha apenas os soldados que permanecessem em alerta e pegassem a água com uma das mãos para beber.

Dos 10 mil homens que passaram a primeira prova, apenas trezentos passaram a segunda. Ou seja, 31.700 homens voltaram para casa, sendo que os midianitas eram em número de mais de 100 mil homens!

Gideão então ordenou que os trezentos restantes pegassem as provisões sobressalentes, cântaros de água e todas as trombetas dos homens que haviam voltado para casa. E assim, um pequeno exército se pôs à caminho das terras altas que davam para o vale, onde se encontrava o acampamento dos midianitas que dormiam.

“Se ainda teme atacar,” disse Deus a Gideão, “desça você e seu servo Purá ao acampamento inimigo, e ouça o que eles dizem. Com isso ficará fortalecido.”

Gideão, portanto, foi com Purá a uma das tendas nos limites do arraial dos midianitas, e ouviu um soldado sussurrando para seu camarada, “Tive um sonho estranho. Vi um pão de cevada torrado que rodava pelo arraial dos midianitas e chegou até à nossa tenda e a feriu. Ela caiu e ficou caída!”

“Isto não é outra coisa senão a espada de Gideão, o israelita,” respondeu o outro soldado, “Deus tem dado os midianitas na sua mão, e todo este arraial.”

Cheio de coragem, Gideão voltou aos homens que o aguardavam.

“Levantem-se!” disse à tropa de elite de trezentos. “O Senhor tem dado em nossas mãos os midianitas.”

Deus então disse a Gideão para dar a cada homem uma trombeta, uma tocha e um cântaro vazio. No momento certo, eles acenderiam a tocha e a esconderiam dentro do cântaro. Encobertos pela escuridão, Gideão deveria posicionar seus trezentos homens ao redor do acampamento dos midianitas. E então, no meio da noite, ao sinal de Gideão, todos quebraram seus cântaros, revelando as tochas acessas, tocaram as trombetas e gritaram o mais alto que puderam, “A espada do Senhor e de Gideão!”.

Os midianitas despertaram assustados com toda a barulheira e começaram a atacarem-se uns aos outros em meio à confusão e cheios de medo. Muitos mais fugiram, abandonando o acampamento. A vitória foi ganha como Deus havia prometido!

Leia mais sobre este personagem bíblico fascinamente em “Heróis da Bíblia: Gideão”.
Adaptação do livro Tesouros © 1987. Design de Roy Evans.
Uma Produção My Wonder Studio. Copyright © 2021 A Família Internacional
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