Cada um deles colocou uma perna dentro de uma calça enorme e sempre que um queria ir para um lado, parecia que o outro estava determinado a ir na direção oposta. Desde o momento em que cada um deles colocou uma perna dentro do mesmo par de calças, não haviam conseguido sair do mesmo lugar; eles apenas mexiam as pernas, os braços e discutiam um com o outro.

—Você me fez cair — exclamou Sara, acusando Tiaguinho.

—Isto não está dando NADA CERTO! — exclamou Tiaguinho.

—Não é culpa minha, — respondeu Sara.

Nesse momento, Mateus e Carina, amigos de ambos, passaram por eles caminhando juntos. Estavam na mesma brincadeira que Tiaguinho e Sara — ambos tinham uma perna dentro de um mesmo par de calças — só que, ao contrário de Tiaguinho e Sara, conseguiam avançar sem nenhuma dificuldade.

—Como é que eles conseguem? —questionou Sara. —Nós só caíamos o tempo todo.

—Como é que vocês estão conseguindo? — gritou Tiaguinho para Mateus e Carina. — Cada vez que tentamos, nós só caímos um em cima do outro!

—É bem fácil — respondeu Mateus. — Nós seguimos um ao outro. Primeiro Carina dá um passo e eu sigo ela e depois eu dou um passo e ela me segue.

—Que legal, Sara! — exclamou Tiaguinho. — Parece que cada um de nós estava querendo ir em direções diferentes, e era por isso que não parávamos de tropeçar e cair.

Sara levantou-se.

—Isso quer dizer que eu só devo ir onde você quiser?

—Bem, parece que no momento estamos num beco sem saída — disse Tiaguinho. —Precisamos encontrar uma solução. Poderíamos decidir juntos para onde vamos e depois nos revezarmos para liderar o caminho e nos submetermos um ao outro. Se eu for para onde você vai e depois você for para onde eu vou, conseguiremos chegar ao nosso destino.

—A-acho que poderíamos experimentar …

Tiaguinho colocou o braço ao redor de Sara, e ela colocou o braço ao redor dele. No começo ainda tropeçaram um pouco, mas pouco a pouco começaram a pegar a manha. Logo estavam avançando felizes da vida, de braços dados, para o seu destino comum.